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Arena Multiuso Anhembi - São Paulo, SP - Tetra Projetos

“Anhembi” não é apenas o antigo nome do nosso rio Tietê.
“Anhembi”, na língua indígena, significa “rio de nambus”, certamente uma alusão aos pássaros que voavam livres e em grande número antes que a aldeia de São Paulo de Piratininga começasse a ganhar feições de uma verdadeira cidade. Antes,
também, que os caprichosos meandros das antigas várzeas desaparecessem com a retificação do então rio Anhembi e virassem o atual Tietê.

A grande dificuldade da arquitetura, dizem seus críticos e teóricos, não é a função e sim o seu conteúdo expressivo. De fato, enquanto buscávamos a melhor solução funcional da nova Arena Anhembi, trabalhando com modelos tridimensionais em plataforma BIM, também buscávamos uma forma arquitetônica que lembrasse,
ainda que sutilmente, algo que deseja soltar-se do chão, como o nambu de outrora que queria alçar vôo.


Esta ideia, tênue de início, ganhou força e nos levou a determinadas decisões na forma final da Arena. Trabalhamos particularmente na linha ascendente das fachadas laterais, norte e sul, e no seu fechamento metálico exterior, cuja geometria, apresenta diversas aberturas laterais e expõe a estrutura metálica que da cobertura, permitindo a entrada de luz solar nas circulações internas da arena e conferindo maior leveza a este invólucro.
 

A linguagem da fachada foi concebida de forma a garantir integração e harmonização com o legado arquitetônico do Complexo do Anhembi, embora seja imbuída das características do seu tempo. A repetição das linhas verticais dos pilares e também da estrutura de cobertura estabelece relação direta com o ritmo vertical
estabelecido pelas luminárias do sambódromo, e causará sensação de movimento ao ser observada a partir dos inúmeros carros que se deslocarão ao longo da Marginal. As faces triangulares do revestimento metálico e da cobertura, com suas aberturas, buscam se desdobrar de forma similar à memorável cobertura do Pavilhão de Exposições projetada por Jorge Wilheim.


O acesso de pedestres e de usuários de transporte público é privilegiado, se dará pela fachada leste, voltada para a rua Professor Milton Rodrigues, que contará com novas baias para parada de ônibus e táxi.

 

A Arena contará também com bicicletário implantado junto a referida via, enquanto o acesso de automóveis aos estacionamentos, a ser construído abaixo da Arena e da concentração do sambódromo, se dará atravésda Avenida Olavo Fontoura. Esta grande garagem deverá ser construída no período entre carnavais, nãoatrapalhando as festividades, e terá saídas voltadas para as Avenidas Olavo Fontoura e Margianal Tiête.

O projeto foi desenvolvido de maneira sustentável tanto do ponto de vista econômico, como o ambiental. Algumas das medidas que merecem destaque são a previsão de um sistema de reutilização de água, ainstalação de placas de aquecimento e geração de energia solar na cobertura, e a previsão de uma estação detratamento de esgoto secundário. Dessa maneira prentende-se a optenção do selo LEED de sustentabilidade.

 

A Arena também será climatizada com um sistema de ar condicionado com reservatório de água fria, mais econômico e sustentável, escadas rolantes e elevadores, além de um estacionamento coberto para mais de 1500 veículos que garantirá a este empreendimento autonomia para receber eventos independentes de outras atividades ocorrendo no Complexo do Anhembi.

 

* Este projeto foi feito para participação na PMI da Arena Multiuso Anhembi, no ano de 2015, pelos arquitetos Pedro Aguiar, Marc Duwe, João Stroeter e Rodrigo Liboni, todos do escritório Tetra Projetos.

 

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